A engenharia genética será normalizada?
A engenharia genética será normalizada?
A possibilidade de editar genes em embriões humanos suscita debates intensos sobre os limites éticos e morais dessa tecnologia. Alterar o genoma de um embrião não só impacta o indivíduo resultante, mas também suas futuras gerações, introduzindo mudanças hereditárias que podem transformar características fundamentais da espécie humana. Esta perspectiva levanta a questão: até que ponto é ético intervir no código genético que define a nossa essência biológica?
Uma analogia pertinente se interliga com a prática da cesariana, onde, embora inicialmente controversa, tornou-se amplamente aceita. No entanto, em algumas raças de cães, a dependência da cesariana resultou em ossificação e contração dos ossos vaginais, impossibilitando o parto natural. Essa mudança hereditária ilustra como intervenções médicas podem ter consequências duradouras. Portanto, é inconsistente afirmar que nunca alteramos nossa própria espécie ou outras de maneira hereditária significativa.
De maneira semelhante, a fertilização in vitro (FIV) enfrentou forte oposição em seus primórdios, mas hoje é uma prática comum. Será que a engenharia genética seguirá o mesmo caminho? Assim como a FIV, a engenharia genética pode se tornar uma ferramenta amplamente aceita, caso seus benefícios superem os riscos e as preocupações éticas sejam adequadamente abordadas.
No entanto, a sociedade precisa continuar questionando e debatendo o uso dessa tecnologia. Estaremos prontos para abraçar a engenharia genética com a mesma naturalidade que aceitamos as inovações do passado?
Referências:
Ética na Genética | Debate - USP Talks https://youtu.be/b5w2hdQ17aA?si=j3YK-pxiqM50OwZT
Ética na Genética: Modificação de embriões humanos | Mayana Zatz - USP Talks https://youtu.be/pktxxb1seRo?si=oUoCNUKSHuZhfjsT
USP Talks: GenÉtica | Fernando Reinach https://youtu.be/cMqiJtD-HOc?si=jYkn2j1F7F0rF8ag
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